A Eficiência da Suplementação a Pasto no Gado de Corte: Mais Arrobas com Menos Custo

Helio Henrique

5/8/20252 min read

A pecuária de corte brasileira está em constante evolução, exigindo cada vez mais dos produtores eficiência, produtividade e sustentabilidade. Em um cenário onde o custo da arroba e a pressão por resultados crescem a cada safra, estratégias nutricionais que potencializam o desempenho do rebanho ganham espaço. Entre elas, destaca-se a suplementação a pasto — uma prática que, quando bem planejada, transforma o manejo nutricional do gado em lucro direto por hectare.

🌿 O que é suplementação a pasto?

Suplementação a pasto é o fornecimento de nutrientes adicionais aos bovinos, enquanto estes se alimentam de forragem (capim) em sistemas extensivos ou semi-intensivos. O objetivo é corrigir as deficiências nutricionais da pastagem, seja durante a seca, quando o valor nutritivo do capim despenca, seja no período das águas, quando a proteína pode estar diluída apesar da boa oferta de massa verde.

Com a suplementação correta, o pecuarista consegue aumentar o ganho médio diário de peso (GMD), reduzir o tempo de abate, melhorar a conversão alimentar e a rentabilidade da fazenda como um todo.

⚖️ Suplementar é caro? Na verdade, é mais caro não suplementar.

É comum ouvir que a suplementação representa um custo extra. Mas a verdade é que não suplementar pode sair muito mais caro, especialmente quando o produtor deixa de produzir arrobas por hectare por falta de suporte nutricional.

Por exemplo:

  • Um animal que ganha 400g/dia só com pasto pode passar a ganhar 800g a 1kg/dia com suplementação proteico-energética, dependendo da categoria e manejo.

  • Isso significa dobrar a velocidade de terminação, encurtar o ciclo de engorda, antecipar o abate e liberar pasto para outro lote.

  • Em um ano, a lotação pode ser ampliada com segurança, produzindo mais carne por área e diluindo custos fixos.

Além disso, o valor investido em suplemento é rapidamente recuperado com o maior peso ao abate e a valorização de animais prontos em épocas estratégicas.

🐂 Tipos de suplemento e quando usar

A suplementação deve respeitar a realidade da fazenda, a categoria animal e o objetivo produtivo. Veja os principais tipos utilizados:

1. Suplemento Mineral

  • Deve ser fornecido durante todo o ano.

  • Corrige carências de macro e microminerais do pasto.

  • Baixo custo e alto retorno.

2. Suplemento Proteico (1-3% PB)

  • Utilizado nas águas, quando há muita energia (capim), mas pouca proteína.

  • Ideal para animais em recria.

3. Suplemento Proteico-Energético (12-30% PB)

  • Utilizado na seca ou em pastos de baixa qualidade.

  • Fornecido em média de 0,5% do peso vivo/dia.

  • Excelente custo-benefício para recria e engorda.

4. Suplementação de Consumo Controlado (ex: 0,1 a 0,3% PV)

  • Reduz custo e mantém bons ganhos.

  • Ideal para terminação a pasto ou em sistemas semi-confinados.

📈 Resultados concretos na fazenda

Fazendas que adotam suplementação estratégica conseguem resultados consistentes, como:

  • Ganho médio diário (GMD) entre 700g a 1,2kg/dia;

  • Antecipação do abate em 60 a 90 dias;

  • Mais arrobas por hectare/ano, em sistema de rotação;

  • Melhor uniformidade dos lotes, facilitando a comercialização;

  • Maior resistência a doenças e melhor desempenho reprodutivo.

Além disso, a suplementação reduz o impacto ambiental, uma vez que animais mais produtivos emitem menos metano por arroba produzida e exigem menos tempo no pasto.

🌱 Suplementar é investir em eficiência e sustentabilidade

Em tempos de margens apertadas, a pecuária precisa ser cada vez mais estratégica. A suplementação a pasto não é luxo, é ferramenta de gestão. Ao adotar um programa nutricional bem orientado, o produtor transforma grama e suplemento em carne de qualidade, com retorno financeiro e técnico garantidos.